No senso coletivo brasileiro, a palavra vaidade é entendida como cuidado exagerado da aparência. No entanto, não encontraremos na Bíblia nenhuma passagem onde vaidade é apresentada nesse conceito.
Vaidade no hebraico é Habel que significa vazio, oco, inútil, sem valor. No grego, vaidade é mataiotes e possui o mesmo significado.
Os escritores Bíblicos utilizaram a palavra vaidade em 3 contextos diferentes:
PRIMEIRO – Vaidade é usada por Salomão no livro de Eclesiastes para tratar da falta de significado da vida. Ele olha para tudo que acontece debaixo do céu e afirma que tudo é vaidade. Ele avalia a vida como algo vazio, sem muito valor e significado.
SEGUNDO – Vaidade na boca dos profetas é uma critica a idolatria. Isaias 41.29 diz: “Eis que todos são vaidade; as suas obras não são coisa alguma; as suas imagens de fundição são vento e nada”.
O ídolo e a prática da idolatria é vaidade, constitui-se em algo vazio, sem valor e proveito. Já que o ídolo segundo o apóstolo, nada é.
Por fim, a palavra vaidade aparece principalmente no Novo Testamento como idolatria a si mesmo, autoidolatria ou vanglória.
A vaidade como filha primogênita do orgulho manifesta-se através do desejo de atrair a admiração das outras pessoas. Uma pessoa vaidosa cria uma imagem de si, com objetivo de ser admirada e invejada.
Tiago em sua carta faz uma séria advertência sobre a vaidade: ”Agora, porém, vocês se vangloriam das suas pretensões. Toda vanglória como essa é maligna”. Tiago 4.16.
É conhecido de todos que somente Deus é digno e merecedor de toda e qualquer adoração. Idolatria por sua vez, é tudo aquilo que é venerado em lugar de Deus. Porém, algo que poucos sabem é que toda adoração que não é tributada a Deus é na verdade adoração ao diabo (Dt. 37.17; I Co. 10.20). Assim, a vaidade ou vanglória é na sua essência um tido de culto ao príncipe das trevas.
O pecado da vaidade está em não reconhecer que tudo que temos e somos, vem de Deus. O vaidoso tributa tudo a si. Ele deixa de amar o criador, para amar a si, a criatura. Ele deixa de glorificar a Deus e glorifica a si mesmo, como se suas capacidades, habilidades, aparência, bens e sucesso fossem algo próprio de sí.
Diante dessa arrogância, Paulo puxa nosso tapete quando diz “é nele que vivemos, nos movemos e existimos”. Vencemos a vanglória quando atribuímos tudo que temos e somos ao Criador. Entendendo que tudo é fruto da sua inexplicável, incompressível e maravilhosa Graça.
Não a nós Senhor, não a nós, mas ao teu nome Glória!
Weslei Pinha