Espiritualidade na cristandade pode ser definida como forma pela qual desenvolvemos nossa relação com o Deus Criador. Assim como é relativa nossa definição de espiritualidade é sua expressão prática no cristianismo católico, protestante e pentecostal. Onde cada um tem sua forma vivê-la e defini-la como superior ás demais.
Em algumas comunidades de fé, espiritualidade tem relação intrínseca com modo como se veste, forma como se cultua, dons do Espírito, linguagem típica do meio, obediência a normas eclesiásticas e observação de tradições meramente humanas e religiosas, que nada tem haver com doutrina bíblica. Mas caso esses indicadores de suposta espiritualidade não sejam encontrados na vida do fiel, logo ele será taxado como carnal, incrédulo e liberal.
Diante de tamanha relatividade e pluralidade quanto à espiritualidade cristã, fica a pergunta: Mesmo diante da individualidade de cada ser, existe uma forma correta, um padrão de espiritualidade a ser imitado? Ou será que não, pois a espiritualidade é algo solto, sem limites e livre de qualquer forma e modelo?
Minha opinião é que temos sim, uma forma de espiritualidade a ser seguida e imitada – JESUS DE NAZARÉ!
Se espiritualidade é a maneira como desenvolvemos nossa relação com Deus, como Jesus desenvolveu sua relação com o Pai? Quais as principais marcas de sua espiritualidade que devem ser por nós imitadas, com o objetivo de expressarmos a genuína espiritualidade?
Eu defino a espiritualidade de Jesus em uma palavra – DEVOÇÃO! Devoção ao Pai, devoção às pessoas. Devoção é dedicação, vida consagrada e separada exclusivamente a Deus e aos outros.
A devoção de Jesus a Deus vai além da prática das disciplinas espirituais, ela é marcada por uma alma que ardia de desejo pelo Pai. Mais do que uma devoção marcada pela obediência, a devoção de Jesus foi marcada pelo amor. Diferente da espiritualidade do Mestre, a nossa pseudo espiritualidade é marcada pelo medo e pelos interesses pessoais. Diferente disso, devoção é a entrega absoluta de tudo aquilo que temos e somos a Deus.
Mas a espiritualidade de Jesus não foi expressada apenas por íntimos encontros com Deus, mas também por encontros com gente. O nome disso é espiritualidade horizontal ou espiritualidade relacional. Espiritualidade que nos leva em direção do outro. Jesus esteve com gente, das mais “santas” às mais pecadoras; se comoveu e agiu em favor a dor alheia; desprovido de preconceito acolheu todos, crianças, mulheres, samaritanos e até fariseus; Se doou de forma sacrificial por todos, até por quem o negou e o nega.
Cristãos que não gostam de gente, que não se envolvem com pessoas, que não compartilha e doa, está longe da verdadeira espiritualidade.
Pastor Ed René Kivitz afirma que “Pessoas precisam de Deus, mas pessoas também precisam de pessoas”.
Devoção ao Pai, devoção ao outro!
Weslei Pinha